quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A Porta

As vezes tenho a sensação que existe uma porta dentro de mim. Uma porta que esconde meus medos e magoas mais profundas.
E certamente consigo controla-la, fechar para que não tenha que lidar com essas coisas e poder viver na paz e tranquilidade necessário para o equilíbrio vital.
Em alguns momentos consigo tranca-la e esconder tudo isso até de mim.
Em outros é como se fosse uma represa arrebentando, tento fechar a porta mas, a força do que vem de dentro é muito grande. Faço força, mas sinto que em alguns instantes a porta pode desabar e eu ter que confrontar tudo de uma vez.

Uma pergunta que sempre me faço e agora torno a faze-la : " Qual objetivo de tudo isso?"

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Eita Júlia! Segurem o forninho

Cansei de tanta coisa que to até com medo da transformação que está por vir.
Nesses momentos de epifania percebi que tenho, de forma velada, aceitado fazer certas coisas pra não demonstrar fraqueza.
Não posso ser forte o tempo todo, nem a mais destemida, descolada e inteligente o tempo todo.
Quero der descabelada, medrosa, sensível,  retardada também! Quero meu momento de barriga pra cima, pijama e filme.
Sei lá, eu acho que sempre tive um certo medo de não ser completamente aceita e por isso me permiti certas coisas ao longo da vida pra não parecer que "arreguei".
Mas, agora não, pensem o que for, na verdade, a opinião alheia raramente me importo ( e coloco raramente porque estou considerando amigos e família), então porque raios preciso estar sempre sendo condizente com algumas coisas com medo de reações e caras amarradas.

Acho o seguinte, se quer minha amizade, amor e etc,  deve ser porque gosta de mim como sou, defeituosa mas, com qualidades.
Então, eu resolvi praticar a indiferença porque ando gastando muita energia com pessoas e situações que não sou obrigada.

Segurem esse forninho que é gostar de mim :)

terça-feira, 7 de outubro de 2014

"A Culpa é da Dilma"

Estou eu lá, naquele transporte coletivo lotado. Fim de dia, cansada, querendo banho e cama.
Daí você repara em duas meninas, roupas claramente de marca, agendas de faculdade particular e conversando sobre as dificuldades de morar na Zona Sul.
O coletivo para, lota mais, estou tão esmagada e tão conformada que só consigo pensar que "é mais um dia na Terra de Malboro".
Eis que as duas meninas, rindo da situação dizem : "É, essa pobretada tem mais é que votar na Dilma mesmo! ISSO, VOTEM NA DILMA"

Antes de mais nada, esse não é um post defendendo o governo dela e nem nada, é uma observação que fiz e gostaria de compartilha-la.

Gostaria de dizer pra elas que provavelmente, é bem certo que elas nunca precisaram de usar um hospital público,  pelo que ouvi, também nunca tiveram que passar pelo sistema público de ensino e muito menos moram em locais não tão vistos assim....
Também gostaria de observar que elas não tem tanta inteligência assim, pois não sabem a quem se designa cada parte dos poderes, porque achar que a Dilma é a culpada pelo coletivo extremamente lotado é como achar que o fazendeiro sabe onde está aquela único agulha no palheiro.
Também pré conceituei que elas não precisam de auxílio governamentais, como Ciências Sem Fronteiras, programa esse que leva estudantes ao exterior para estudar com base numa meritocracia ou o QI ( Quem Indica, porque não excluo a corrupção que certamente existe em qualquer lugar).

Pre conceituo também que elas devem ter um discurso similar, senão igual aqueles que de forma tão ignorante recharçaram nordestinos e nortistas por terem sido os que mais votaram na "Presidenta".

Gostaria então de dizer a elas e aos que pensam de forma similar que, provavelmente, vocês nunca passaram fome, beberam água de poço, moraram em casas se saneamento básico e certamente não tiveram problemas com o SUS.
Provavelmente, seus pais sofreram com a grande inflação que assolou o país, mas não da forma que a maioria sofreu. Também acredito que podem ir pro exterior sem grandes prejuízos ou nem precisam fazer aquela "vaquinha" por uns anos só pra poder realizar um sonho: ter uma casa própria.
Entendo e não julgo que tem condições pra viver de forma mais tranquila, sem ter que escolher que conta pagar mas, não acho e nunca acharei correto essa forma de se colocar acima de qualquer um por isso.

Queridas, o transporte público do Estado do Rio de Janeiro é responsabilidade do Governador e Prefeitos.
Está lotado? Está apertado? Está sufocante? Esses que lotam são somente a força motriz da cidade.

A Dilma é sim o rosto da República mas, não acreditem que ela realmente sabe de tudo que acontece em nosso país, imagina que loucura seria saber tudo, todo o tempo e todo dia? É de enlouquecer qualquer um.
Percebo que avançamos sim, a classe C/D/E recebe auxílios (que deveriam ser melhor distribuídos e invés de gerar uma parte acomodada, deveria incentivar uma nova força de trabalho, mas o que fazer quando o sujeito já nasce pre disposto a procastinação? - Também é culpa da Dilma?), em locais remotos vemos a presença dos médico estrangeiros dando uma energia a mais a um SUS em estado crítico, mas essa condiçao não é de hoje.
Também percebo que as faculdades públicas estão mais diversificadas e podemos perceber que pessoas que talvez nunca tivessem a oportunidade de fazer o Ensino Superior, hoje estão graduadas ou a caminho.
A corrupção, muito falada,  não é invenção da Excelentíssima, é algo que foi se aprimorando com o tempo, em qualquer país.

Lógico que não é tudo maravilhoso, incrível, uma coisa de outro mundo, mas vamos passar a entender e reconhecer as mudanças.

Então, queridas, vamos procurar saber mais, vamos pesquisar mais e se o transporte público tá lotado e o carro do papai está na vistoria, que tal ir de táxi?

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Aquela Conversa Sobre Nós

Eu sinceramente não sei como dizer o que estou sentindo.
Te tenho e ao mesmo tempo sinto que estais escorrendo das minhas mãos. Sei que não pretende ir a lugar nenhum, mas a inércia também é uma fuga. Sei que somos o novo do outro, mas permita-me dizer que certas novidades não são tão prazerosas. Não me refiro a pessoa e sim ao modo que se envolve com os outros.
Admito que me sinto tão fria e tão distante, mas em certos momentos sou justificada. Não me sinto sua e isso dói.
Agora como faço com essa coisa toda?
Tem dias que é difícil, na verdade todos os dia o são,  mas tem dias que é extremamente mais difícil.
Eu sinto, eu vibro, eu enlouqueço e adoeço.
Até quando poderei usar seus olhares como justificativa por permanecer? Até onde vale a pena ir e tentar compreender?

E mesmo com tudo isso, quando durmo a noite são seus braços que desejo....

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Só Pra Começar

Um dia a caneta pareceu pesada demais e o papel insignificante,  perdi uma parte de mim nesse mesmo dia.
As palavras tão presentes em cada célula do meu corpo não sabiam mais sair, não queriam mais.... Foram tantas palavras. Tantas vezes que dediquei versos, parágrafos e anedotas ao vento que um dia eles simplesmente se recusaram a sair.
Acho que foi uma rebelião, uma proteção e um tempo sabático válido. Aprendi nesse tempo o valor de algumas palavras e a veracidade de alguns sentimentos.
Não posso dizer que agora sou uma jovem comedida, na verdade, sou muito mais esparramada. Enfim, libertei-me da minha prisão sem grades e deixei aquelas palavras que não tinham receptores ganharem sua própria forma e expressão. Essa expressão tão primitiva que é o falar tomou conta de mim, agora não sou mais alguém que se esconde atrás de rascunhos obtusos e sim alguém que exprime o que foi escrito nos mesmos, doce ar de liberdade!
Porém, naqueles dias em que as palavras afogam-se dentro de nós e não conseguimos distinguir os pensamentos, tudo é muito rápido, tudo é tão abrangente, palavras rodando, a voz não sai.... Enlouquecer e absorver.
E são nesses dias que a caneta, tão pesada, fazia falta... Mas, escrever por que? Pra quem? O que e como?
Se num dia fui menina romântica e no outro menina sofrida...
Senti muita falta disso e só agora percebo que essa é uma parte de mim que nunca se foi, se rascunhou nas paredes dos meus pensamentos esperando o momento de sair.
Essa é minha terapia, essa é minha alma se abrindo e acredito que fechei ela por muito tempo, mas fechar-se em meio a vida é como fechar as cortinas no meio do espetáculo.
Enfim, voltei.